sexta-feira, novembro 05, 2010

A Crença dos Trabalhadores da Pedreira

Esqueça o Chile. Não vou falar de catástrofes com finais felizes - que por sinal acontecem muito na vida profissional na área de software. Retorno a esse blog para falar sobre uma das coisas que mais nos interessa quando decidimos seguir uma carreira: Realização.

Mês passado um colega meu que cursa Psicologia me ligou perguntando se eu poderia dar uma palestra para estudantes do Ensino Médio e vestibulandos sobre como é o curso de Ciência da Computação. Seria um "Dia da Carreira" para esses estudantes, assim alguns profissionais e universitários estariam lá falando sobre suas respectivas áreas. Senti-me honrado em poder representar a "classe".

Fui o último dos palestrantes do dia. Por isso pude prestar bem atenção em cada uma das palestras. Medicina, enfermagem, arquitetura, serviço social... Algumas constantes apareceram durante o dia, acho válido citá-las aqui:

  1. Dinheiro é proporcional a tua dedicação e profissionalismo na área.
  2. Existem profissionais bons e ruins em todas as áreas.
  3. Sempre há mercado de trabalho se você souber procurar.
  4. Todos os palestrantes comentaram como se sentem realizados no seu trabalho por poder ajudar alguém.

Achei interessante esse último ponto. Todas as profissões que estavam lá lidam diretamente com um cliente, com um paciente, com uma pessoa. Essas pessoas geralmente retornavam ao profissional para lhe agradecer e, às vezes, até presenteá-lo por seu serviço.

Depois disso, as atenções são voltadas a mim. Um "nerd" que passa boa parte do tempo na frente de um computador. Cuja obra não passa de um monte de caracteres que boa parte da população mundial não compreende.

No decorrer da apresentação comentei sobre como eu, ao ser um Cientista da Computação, me senti tão realizado ao ver as outras apresentações quanto o próprio orador. Porque para um médico descobrir um tumor e salvar uma vida, para um arquiteto poder andar numa obra antes dela ter sido construída, para isto houveram vários cientistas que se esforçaram ao máximo para fazer algoritmos e programas melhores.

Ao ler The Pragmatic Programmer, de Andrew Hunt e David Thomas, logo no primeiro capítulo eles nos chama a atenção para nunca nos esquecermos da big picture, do programa ou problema como um todo. Porque cada um de nós contribuímos direta ou indiretamente para que todo o mundo atual fique cada vez melhor.

"Nós que cortamos meras pedras, devemos sempre vislumbrar as grandes catedrais." Crença dos trabalhadores da pedreira.

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puts "C'mon! U can do it!"
end
end